Operação afasta 12 adolescentes em situação de trabalho infantil em centro de futebol no RS t2x25

Fiscalização ocorreu no Vale dos Sinos. Direção de clube afirma que escolinha é projeto social sem fins lucrativos

Uma operação realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resultou no afastamento de 12 adolescentes encontrados em situação caracterizada como trabalho infantil em um centro de formação de jogadores de futebol no município de Portão, no Vale do Sinos. A ação ocorreu na última terça-feira (10) e contou com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal (PF), Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), Conselho Tutelar e da Secretaria Municipal de Assistência Social.

Os adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, são oriundos de diferentes cidades do Rio Grande do Sul, além de estados como Paraná e Rio de Janeiro, e até do Paraguai. Eles estavam alojados na Sociedade Esportiva Recreativa e Cultural Vasco da Gama, conhecida como Vasquinho, onde participavam de treinamentos esportivos voltados ao alto rendimento.

Segundo o MTE, os jovens estavam sendo constantemente avaliados por empresários e agentes de futebol com o objetivo de profissionalização. No entanto, a auditoria fiscal apontou que a estrutura não atendia às exigências legais para entidades de formação esportiva e não havia contratos formais voltados à formação ou ao trabalho esportivo.

Alojamento e ausência de vínculo legal motivaram autuação 5x1d2t

De acordo com a nota divulgada pelo Ministério do Trabalho, o centro não poderia manter adolescentes alojados nem desenvolver atividades formativas com eles nas condições observadas.

Diante das irregularidades, os auditores fiscais lavraram um termo de afastamento do trabalho dos menores, com determinação de paralisação imediata das atividades. Os responsáveis também foram orientados a providenciar o retorno dos adolescentes ao convívio familiar. Ninguém foi preso.

Direção do Vasquinho diz não lucrar com atletas j2g5o

O presidente do centro de treinamento, Carlos Antônio da Silva, de 53 anos, afirmou que ficou surpreso com a operação e reiterou que o projeto é de cunho social, sem qualquer retorno financeiro proveniente dos atletas.

Segundo ele, todos os jovens estavam matriculados e frequentando escolas regulares, inclusive os paraguaios, que participavam de atividades online. Ainda conforme o dirigente, os adolescentes residiam em uma casa vinculada ao projeto, onde recebiam alimentação e estrutura esportiva.

Atualmente, cerca de 80 crianças e adolescentes participam das atividades do centro, que se mantém por meio de contribuições dos pais, parcerias com a comunidade, empresas e apoio do poder público. Silva relatou que, após a operação, o centro cumpriu a determinação das autoridades e já providenciou o retorno dos adolescentes às suas famílias.

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