Maior iceberg do mundo volta a se mexer após 37 anos e coloca mais de três mil espécies de animais em risco 3e1920

O A23a, como é identificado o maior iceberg do mundo, tem 4 mil km². Pois depois de 37 anos parado, o bloco de gelo também conhecido como Behemoth, que é três vezes maior que a cidade de São Paulo ou Nova Iorque, e tem cerca de 400 metros de altura (comparável ao morro do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro, voltou a se movimentar pelas águas da Península Antártica, e com isso assustar.

O iceberg separou-se da plataforma de gelo Filchner, na Antártica, em 1986. Mas ficou preso ao fundo do oceano e permaneceu por muitos anos no Mar de Weddell. Por causa do seu tamanho e peso, com quase 1 bilhão de toneladas, o movimento pegou os cientistas de surpresa, já que era muito improvável que ele fosse voltar a se mover.

O iceberg, que já abrigou uma estação de pesquisa soviética, sofreu o impacto de fortes ventanias e foi empurrado pelas correntes marítimas. A mais pura aleatoriedade da natureza. É raro ver um iceberg deste tamanho em movimento, disse Oliver Marsh, glaciologista do British Antarctic Survey. Por isso os cientistas estarão observando sua trajetória de perto.

Fato é que, agora, ele está 100% solto e indo em direção ao chamado “beco dos icebergs”, que funciona como uma espécie de estacionamento de blocões de gelo no Oceano Antártico.

Perigo

Se seguir está rota esperada, o A23a pode ficar encalhado na ilha da Geórgia do Sul, causando um sério problema para a vida selvagem na Antártida.

Milhões de focas, pinguins e aves marinhas não vão mais conseguir ar seus habitats, correndo risco de mortes em massa e, no pior dos casos, extinção de algumas espécies do fundo do mar.

Em 2020, outro icebergue gigante, o A68, suscitou receios de que iria colidir com a Geórgia do Sul, esmagando a vida marinha no fundo do mar e cortando o o aos alimentos. Tal catástrofe foi finalmente evitada quando o iceberg se partiu em pedaços menores – um possível fim de jogo também para o A23a.

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