Conheça a história do estrelense apaixonado por bicicross 4wq21

Paulo Ricardo Daltoé, 33 anos, é um dos entusiastas do bicicross no Vale do Taquari. Foi um dos pilotos mais premiados nas categorias de base e levou a paixão pela modalidade há outras crianças. Por mais de uma década, Daltoé coordenou um projeto em Estrela.

Desde os cinco anos, o estrelense já praticava o bicicross.  O interesse surgiu pelo fato do pai ter uma lanchonete em frente a uma antiga pista do município. “Minha infância foi comer cachorro-quente e andar de bike. Aquela brincadeira foi evoluindo”, resume.

No decorrer dos anos, Daltoé foi praticando com pilotos mais velhos como Arison Antônio Rakowisky, o popular “China”. Essa experiência fez ele “comer muita poeira”, mas também desenvolveu as habilidades na corrida.

Em 2002, na primeira competição, o jovem já surpreendeu ao conquistar o vice-campeonato gaúcho. A partir de 2013, ele conquistou quatro vezes o título estadual. Uma taça nacional acabou não sendo possível pela dificuldade financeira de participar das diversas etapas por todo o Brasil.

De atleta a professor

Em 2007, a istração municipal de Estrela inaugurou uma pista de bicicross no Parque Princesa do Vale, o Parcão. Para aumentar o interesse dos jovens pelo esporte, foi iniciado um projeto social sob a coordenação de Daltoé.

Conforme ele, as aulas iam além de ensinar as técnicas do esporte. Se tratava de preparar os jovens para o futuro e ensiná-los a construir laços de respeito com os bens públicos e outras pessoas.

O projeto durou 12 anos e foi encerrado durante a pandemia do coronavírus, em 2020. Daltoé estima que cerca de dois mil jovens participaram das aulas de bicicross.  

Por um curto período, em 2021, o estrelense presidiu a Federação Gaúcha de Bicicross. Atualmente, ele trabalha na arbitragem de competições gaúchas.

ENTREVISTA

Agora no Vale – Qual o título ou corrida mais marcante na época que disputada competições?

Paulo Ricardo Daltoé – Teve uma etapa em Estrela e duas semanas antes roubaram minha bicicleta. Isso em 2015. Procurei por aí, oferecemos grana. Não achei a bike. Então peguei uma bicicleta Monaco de aro 15 pra correr na elite. Não mexi em nada na bicicleta, deixei até o pedal de plástico. Ganhei a corrida com uma bike de R$ 600 contra gente correndo com bike de R$ 6 mil. Foi histórico, o pessoal gritava na pista. Como estava em casa, conhecia cada curva. Venci por meia roda.

Agora no Vale – O que sente quando pratica o bicicross?

Paulo Ricardo Daltoé – É uma relação tua com o obstáculo. Não adianta apenas pedalar tudo que conseguir. Se chegar na primeira rampa e não souber o que fazer, o atleta se arrebenta. Isso pode ser transferido para a vida: não dar o o maior que a perna, aprender a fazer leitura e respeitar os adversários. Além do bicicross, resumo andar de bicicleta como liberdade. É se sentir livre, descarregar energia, sair da proposta da sociedade e voltar a ser criança.

Agora no Vale – Como está a situação atual do bicicross no Vale do Taquari?

Paulo Ricardo Daltoé – Assim como qualquer modalidade, precisa de pessoas que amem e coloquem a mão. Atualmente, quem sempre colocou a mão está na fase de vida com filhos e a demanda a a ser outra. Então, acredito que nos próximos anos, quando meu filho estiver maior, vou poder retornar a mobilizar o esporte com uma visão mais de gestão. 

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