Diarista trabalha três turnos para juntar dinheiro e comprar casa própria em tempo recorde o6761

por Andreia Rabaiolli
Reportagem / Agora no Vale

Com trabalho em três turnos, iniciando às 3h da madrugada, a diarista Loralvina Silva de Carvalho, 53, pagou em seis meses a conta do dentista de R$ 32 mil reais. Ela realizou a meta de sorrir melhor e alinhar os dentes. Agora o objetivo é maior: comprar a casa própria

Loralvina Silva de Carvalho, (53) é diarista há cinco anos. Ela mora em Lajeado e com os trabalhos de faxina, conseguiu investir em implantes dentários que pagou em seis meses.
Lora agora sorri melhor. O investimento total de R$ 32 mil foi riscado do boleto em tempo recorde. “Botei na cabeça e fui atrás. Não tenho nenhuma conta”.

Agora, o plano é maior: comprar a casa própria em um ano, trabalhando em três turnos. Lora acredita no poder da mente e da ação. Mas para isso, desperta às 3h da madrugada.
Seu dia é intenso: durante a madrugada, limpa academia. Pela manhã e tarde, realiza faxina nas casas e a noite, frita frangos em um delivery. Aos sábados e domingos, trabalha em restaurantes.

Deixa as folgas para a segunda e terça a noite. “Eu canso, mas depois que consegui pagar os implantes, entendi que nada é impossível. Realizar os objetivos é questão de tempo e vontade.”

Em momentos de raro descanso, Lora assiste a cursos gratuitos de física quântica que ensinam sobre o poder da mente e do subconsciente. “Eu aprendo e coloco em prática.”
O que ela quer dizer é que é preciso agir.

Conhecimento sem ação é conhecimento vazio. Por isso, a prática a leva a realizar as metas.
Primeiro os implantes e agora, a casa própria.”Eu coloquei o objetivo de pagar a casa em um ano, vou conseguir em menos tempo.”

COMO LORA COMEÇOU 346a6x

Há cinco anos, Lora iniciou no segmento de limpar casas porque queria um horário flexível para cuidar dos filhos menores.

Ela atuava em empresas de calçados. “Eu cheguei a operar máquina de fazer chicletes.”
Em 2017 foi demitida por conta da situação econômica e decidiu trabalhar por conta própria, fazendo seu próprio horário.

“Mesmo fazendo hora extra, não teria como triplicar o salário trabalhando em firmas”, diz ela.” Por isso, a demissão acabou servindo como uma mola propulsora para melhorar de vida.
Com as faxinas, ela recebe mais e faz sua reputação de profissional doméstica. “Tem cinco pessoas na fila, esperando por limpezas.”

SEM COMODISMO 6x345i

Na faxina, aprendeu a se relacionar com pessoas, a ouvir de forma atenta e a ter paciência para com as clientes. “Na faxina não há comodismo. Desenvolvi a paciência e aprendi que todos merecem ser ouvidos.”

Uma lição extra que ela observou: há problemas e desafios de relacionamento em casas ricas e menos ricas. E geralmente, tais problemas não são expostos nas redes sociais.

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