Propriedade de Vespasiano Corrêa se destaca na categoria Qualidade do Leite em premiação na Expointer z4j2v
Por Redação / Agora Publicado 13/09/2022
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“Embora o prêmio não fosse esperado não dá pra negar que ele nos dá um ‘gás’, deixando-nos motivados por saber que estamos no caminho certo”. A frase dita pelo bovinocultor de leite Fabrício Balerini, da Agropecuária Nova Esperança de Vespasiano Corrêa, resume, de alguma forma, o sentimento da família ao receber a notícia de que haviam sido agraciados com a terceira colocação na categoria Qualidade do Leite, durante o 1º Prêmio Referência Leiteira, concedido na última Expointer.
A distinção leva em conta os índices qualitativos do leite como a Contagem de Células Somáticas (CCS) e a Contagem Bacteriana Total (CBT) e, no caso da propriedade dos Balerini, a pontuação total somada foi de 106,25 pontos. O primeiro lugar foi conquistado pela Estância das Pedras, de Gabriel Lorenzon, de água Santa, com 116,52 pontos. Já o vice-campeonato foi para a Cabanha Ventana, de Carmen Petersen Dias da Costa, de Boa Vista do Incra, que totalizou 115,33 pontos.
“Honestamente nos inscrevemos sem maiores expectativas, especialmente pela qualidade dos demais empreendimentos que estavam na competição”, ite Balerini. Ainda assim, o trabalho com a qualidade do leite, que advém de uma série de manejos, especialmente os relacionados à higiene e a outros cuidados, já soma mais de duas décadas de dedicação. “Na realidade, somos duas famílias que trabalham com leite há mais de quarenta anos e o prêmio coroa esse esforço” destaca o produtor.
A história dos Balerini com a produção de leite inicia com os pais Marlene e Selvi e com os tios Inês e Vitelmo. “Anos atrás eram poucas as vacas em lactação, que serviam mais para o fornecimento de alimento à família que, no começo dos anos 80 se dedicava mais ao plantio de fumo e de milho”, salienta Balerini. A transição envolveu uma decisão meio radical: a de vender todo o rebanho para uma espécie de recomeço “meio que do zero”. “Nossos pais perceberam que precisavam melhorar a genética e essa foi uma medida necessária naqueles tempos”, recorda.
Hoje com 100 vacas em lactação que, juntas, fornecem uma média de 4.200 litros de leite – resultado de três ordenhas diárias -, aquele cenário que contava com apenas duas vacas é uma imagem que está apenas na memória. “A gente foi crescendo aos poucos, sendo o grande ponto de virada a implantação de um free stall para sistema confinado no ano 2000”, explica o agricultor. Foi a partir dali que a atenção para as questões de dieta do rebanho, de higiene na hora da ordenha, de inseminação e de criação correta das terneiras aram a receber maior atenção.
“Em linhas gerais quando o assunto é a qualidade do leite, é possível inferir de que se trata de um conjunto de fatores que levam o bovinocultor de leite a alcançar esse padrão superior”, pontua a extensionista da Emater/RS-Ascar Nádia Pilotto, que apoia a família em ações que vão desde a elaboração de projetos de crédito até o envolvimento direto em capacitações. Para Nádia um bom exemplo desse expediente envolve o investimento, por exemplo, em um resfriador de mais qualidade, o que reduz a chance de contaminação assim que o leite é extraído do úbere.
Formado em Agronomia, Balerini acredita na formação como uma ferramenta que também auxilia a família na obtenção de bons resultados. O mesmo caminho segue a prima, Andreza, que se graduou em istração e o primo Leonir, técnico em Agropecuária. “É uma soma de esforços”, analisa o produtor, que retornou à propriedade no ano de 2016, oficialmente, depois de concluir os estudos. “Foi ali que também houve um ‘salto quantitativo'” comenta, mencionando oportunidades como um estágio feito na Dinamarca e a participação em um sem fim de cursos, seminários, dias de campo e outras qualificações.
Nesse contexto, o bovinocultor afirma que também ou a prestar mais atenção no rebanho, anotando detalhes sobre os animais em planilhas, efetuando controles e melhorando a tomada geral de decisões. “Hoje temos um minilaboratório para identificação de agentes causadores de mastite dentro da propriedade, que nos garante um tratamento mais precoce e assertivo”, explica, citando o apoio da Prefeitura e da cooperativa Dália, da qual são integrados. Tudo isso, aliado ao apoio de uma equipe de colaboradores engajada e qualificada fez o volume de leite produzido aumentar em uma escala de 70% nos últimos seis anos. “Mas o principal de tudo é ter a certeza de que estamos entregando um alimento de qualidade para o consumidor, isso não tem preço” finaliza.
O Prêmio Referência Leiteira é promovido pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Emater/RS-Ascar e Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat). O intuito foi o de reconhecer propriedades que se destacam em eficiência produtiva e qualidade do leite. Ao todo participaram 107 propriedades de 52 municípios diferentes. Também foram destacadas categorias, como, Produtividade da Terra e Produtividade de Mão de Obra.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar na Expointer
