Uso de Maconha na Gestação e Amamentação 4z1c4h

Por Redação / Agora Publicado 11/07/2023

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Esse ano o Uruguai completa 10 anos da legalização da regulamentação da produção e consumo de Cannabis.

Ele se tornou o primeiro país do mundo a vender maconha com fins recreativos ao público.
Os mecanismos para adquirir são: autocultivo, clubes e farmácias. Pessoas registradas podem adquirir até 40g por mês.

O governo ado lançou uma campanha, ‘Regular é ser responsável’, que se orienta a educar sobre os riscos, efeitos e potenciais danos do uso da cannabis.

No Brasil ela segue sendo ILEGAL para uso recreativo, mas ainda assim, existe o consumo e é muito importante destacar o quão prejudicial ela pode ser para um bebê, desde a gestação até a amamentação e inalação da fumaça.

O THC é o principal componente da maconha, ele possui propriedades psicotrópicas e se acumula em tecidos gordurosos como o cérebro.

Na gestação:

•O THC pode atravessar a placenta, cair na corrente sanguínea do feto, alcançar o seu cérebro e alterar a cognição.
•O risco de nascer uma criança com baixo peso (abaixo de 2,5
quilos) na mulher que fumou maconha durante a gravidez é duas vezes maior do que o das que não o fizeram.
•Em alguns estudos, a circunferência da cabeça foi menor nos bebês de mães que não interromperam o uso.
•Risco 28% maior de parto prematuro.
•Os resultados do APGAR no 1° minuto depois do nascimento foi pior nas crianças expostas à maconha.

Outros estudos ainda mostraram a exposição pré-natal à maconha foi associada possivelmente à um risco aumentado de transtornos, doenças mentais entre adolescentes e adultos, diminuição da capacidade de resolução de problemas, memória, percepção visual, comportamento, atenção, função executiva e controle de impulsos em crianças, especialmente quando se tornam adolescentes e adultos jovens.

Esta droga, comparada à outras, como crack, cocaína e heroína, é a mais prejudicial para a fertilidade masculina afetando também a qualidade dos espermatozóides.

Na amamentação:

•O THC é encontrado no leite materno numa concentração 8x maior do que no sangue.
•Também é encontrado nas fezes e na urina dos bebês amamentados.
•É detectado no leite materno até 3 a 6 semanas após seu último uso.
•Alguns estudos encontraram atraso no neurodesenvolvimento, déficit cognitivo, alterações comportamentais, sono, aprendizagem e desenvolvimento motor.

O uso de maconha pode estar associado a uma duração mais curta da amamentação, aumento dos níveis de cortisol e queda dos níveis de prolactina, diminuindo assim a produção de leite e aumentando o risco de depressão pós-parto.

A fumaça que é inalada pela gestantes é absorvida, sendo detectado THC posteriormente na urina e no sangue.
A exposição dos bebês à fumaça da maconha de forma iva, foi associada a um possível risco duplo de Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS).

As mulheres gestantes e que amamentam devem ser aconselhadas a reduzir ou eliminar o uso de maconha para evitar a exposição de seus filhos e serem alertadas sobre os possíveis efeitos neurocomportamentais a longo prazo do uso continuado.

A preocupação atual com relação ao uso de maconha durante a amamentação decorre da possível sedação infantil e incapacidade materna de cuidar com segurança de seu bebê enquanto estiver diretamente sob a influência da droga, no entanto, isso ainda é um problema teórico e não está bem estabelecido na literatura.

*Este texto é de base informativa e traz evidência científica.

por Joanna Moraes
Consultora de Amamentação e Fonoaudióloga
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Fonte: PEBMED, ABM, drauziovarella.uol.com.br, doutorjairo.uol.com.br, healthychildren.org, www.e-lactancia.org/breastfeeding/marihuana-marijuana