Saúde mental das mães, por que esse assunto é urgente? 5n3l3p

Por muitos anos, a maternidade foi romantizada, e até mesmo silenciada. Com o alcance das redes sociais, cada vez mais mulheres usam as plataformas para relatar todos os lados da maternidade, que também é composta por sentimentos de frustrações, ansiedade, tristeza, raiva, medo e culpa.
As principais fontes desse misto de sentimentos são: 5d3e
- • expectativa, muitas mães idealizam como será esse momento, seu bebê, e seu próprio maternar, e acabam se deparando com muitas diferenças entre a expectativa e a realidade.
- • insegurança, embora muitas mães busquem por conhecimento, na hora que estão diante de seus filhos, podem surgir medos, sensação de incapacidade e dificuldade em compreender a nova rotina.
- • insatisfação com o novo corpo, nessa fase há um desconhecimento de si mesma, e os reflexos dos contornos corporais externos influenciam diretamente na autoestima.
Além disso, a mulher que vive em um ambiente onde existe sobrecarga, ausência de rede de apoio e julgamento, pode ter esses sentimentos intensificados.
Da descoberta da gestação até o pós-parto, é importante se atentar à saúde mental das mães.
Um dos transtornos mais comuns nesse período é a depressão pós-parto.
Muitos dos quadros de depressão pós-parto já eram depressões gestacionais que não foram identificadas. Isso porque os sintomas de cansaço, alteração de sono e apetite, choro e falta de concentração, por exemplo, são vistos como naturais na gestação e, assim, podem ar despercebidos.
A mãe se sente sem forças para viver a nova rotina. Os indícios centrais do transtorno no pós-parto são os mesmos de qualquer depressão: perda de motivação e prazer, desesperança, irritabilidade, sensação de vazio e tristeza, alterações no sono e apetite, culpa excessiva, sentimentos de incapacidade e inutilidade, pessimismo, desinteresse por quaisquer atividades e principalmente pelo bebê.
Os critérios diagnósticos são avaliados pela persistência e intensidade de sintomas no período mínimo de duas semanas. Os sintomas da depressão pós-parto geralmente são percebidos nas 4 primeiras semanas após o parto, variando de mulher para mulher, podendo ocorrer até meses após o parto ou já estarem presentes desde a gestação.
Mulheres que apresentaram depressão pós-parto em uma gestação têm maior chance de recorrência nas gestações posteriores.
Há alguns fatores de risco que podem aumentar a chance de desencadear depressão pós-parto: falta de apoio, estresse, depressão já diagnosticada anteriormente e histórico de transtornos mentais na família.
É importante ressaltar que baby blues e depressão pós-parto, são condições diferentes.
Baby blues pode ocorrer logo após o parto e se caracteriza por um estado brando de tristeza, irritabilidade, choros frequentes, instabilidade, falta de energia e desânimo intenso. É frequente que mães em pelo baby blues, porém dura em torno de apenas 2 semanas, e a medida que os hormônios vão se estabilizando os sintomas cessam.
No entanto, sintomas do baby blues são semelhantes aos da depressão pós-parto, portanto servem de alerta.
O que causa a depressão pós-parto? g74
Todo transtorno mental é multifatorial, ou seja, não é possível destacar uma causa específica para o seu desenvolvimento.
Sendo assim, um quadro de depressão pós-parto está associado a diversos fatores, dentre eles destaca-se o desequílibrio hormonal decorrente do fim da gestação, transtornos mentais prévios, fatores fisiológicos, ambientais e emocionais.
Como tratar a depressão pós-parto? 4i571
Por um tempo, o parceiro, os familiares ou outros cuidadores terão o importante papel de garantir que o bebê receba atenção, afeto e cuidado. A mãe precisará de acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico para tratamento dos sintomas da depressão.
É preciso que se fale sobre os transtornos mentais sem preconceito, pois a falta de apoio e entendimento, leva as mães a sentirem culpa e medo de relatar pelo que estão ando.
O que as mães e todos nós quando amos por alguma dificuldade menos precisamos é sermos julgados. Sentimentos precisam especialmente serem acolhidos, validados, respeitados e quando necessário tratados com ajuda profissional.
O que acontece se os sintomas não são tratados? Quais as consequências para mães e filhos?
Os sintomas permanecem, podendo acarretar em um transtorno depressivo maior, prejudicando o vínculo da relação e prejuízos especialmente para o desenvolvimento da criança.
Depois de superado, como fica a relação entre mãe e filho? 5x2w1c
A relação se estabelece saudavelmente a partir do tratamento e remissão dos sintomas, embora seja muito comum que as mães se culpem por terem apresentado depressão pós parto, é possível que o vínculo seja fortalecido e os prejuízos da relação sejam temporários e reparados.
Quanto antes identificar os sintomas e buscar ajuda melhor!
Cuide da sua saúde mental.
por Maria Júlia Lohmann Wagner
Psicóloga
Especialista em terapia cognitivo-comportamental e terapia do esquema
Instagram: @maju.psi
