Prevenção a violência, saiba por onde começar 2e4q6d

Por Redação / Agora Publicado 25/04/2023

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Recentemente as crianças vivenciaram momentos de angústia e ansiedade relacionados aos ataques que aconteceram em algumas escolas do Brasil. Tanto professores quanto estudantes aram por situações de extrema violência no ambiente escolar.

Nesse período muitas notícias falsas provocaram maior tensão e medo entre pais, crianças e professores. Embora algumas medidas tenham sido realizadas nesse momento, precisamos repensar em estratégias efetivas na prevenção a violência.

Sabe-se que a violência é produto da violência, ninguém nasce violento, as pessoas tornam-se violentas e o meio influencia para que o ser humano desenvolva esses comportamentos.

Onde há amor e educação, não pode haver violência. E para isso é necessário compreender quais são as formas de violência.

A maioria das pessoas acredita que violência é apenas física: tapas, socos, brigas com o corpo, no entanto, há outras formas de violência que afetam profundamente os seres humanos, e que também não podem ser consideradas na hora de educar.

A violência psicológica, caracterizada por constrangimentos, humilhações, manipulação, chantagem, desvalorização e ridicularização, que acontece tanto em casa quanto nas escolas, afeta a autoestima das pessoas, influencia no desenvolvimento de transtornos psicológicos e acaba gerando dores emocionais.

Seres humanos têm a necessidade de cuidado, valorização, amparo, de pertencerem a grupos. O primeiro grupo que precisa atender essa necessidade de forma amorosa e cuidadosa é a família.

Quando já na família não há acolhimento e apoio, a criança fica mais vulnerável e exposta no ambiente escolar, ficando suscetível a querer se sentir incluída em qualquer espaço e não considerar o que é certo e errado em suas ações, pelo simples desejo de pertencer.

A internet hoje acaba sendo um meio que sem supervisão e orientação, expõe crianças e adolescentes a formarem suas crenças em grupos perigosos, levando a manipulações e em alguns casos a atitudes criminosas. O uso de eletrônicos precisa de supervisão e tempo limite.

Os pais precisam estar presentes na vida de seus filhos, saberem o que estão sentindo, quais as dificuldades do momento, o que precisam e com quem se relacionam.

Educação sempre inicia em casa, e não pode estar misturada com as crenças transgeracionais que misturam amor e violência como forma de disciplina.

Não podemos confundir limites com agressões físicas e verbais, limites são orientações, a criança aprende pela repetição, é necessário ter paciência com a aprendizagem.

Os filhos se espelham nos pais, ser um bom exemplo é uma excelente forma de educar, esperar que os filhos tenham regulação emocional e bons comportamentos sem ser referência para isso não funciona.

Qualquer forma de violência nunca é construtiva, violência é sempre destrutiva. Onde há amor, não pode haver agressão. Hoje já não se pode mais aceitar ter sobrevivido como justificativa para repetir ações irracionais.

por Maria Júlia Lohmann Wagner
Psicóloga
Especialista em terapia cognitivo-comportamental e terapia do esquema
Instagram: @maju.psi