A hipotonia atrapalha na fala? 3j4010

Por Redação / Agora Publicado 31/10/2024

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A hipotonia, ou diminuição/baixo do tônus muscular, pode impactar diversas áreas do desenvolvimento motor e, surpreendentemente, também afetar a fala. Neste texto, vamos explorar como essa condição se relaciona com a comunicação e quais são as implicações para crianças que a enfrentam.
O que é hipotonia?

Hipotonia é caracterizada por músculos mais relaxados do que o normal. Isso pode ocorrer devido a diversas condições, como síndromes genéticas, distúrbios neuromusculares ou mesmo por causas idiopáticas. As pessoas com hipotonia podem apresentar dificuldades em atividades que exigem controle muscular, como sentar, andar e, claro, falar.

Como a Hipotonia Afeta a Fala?

Articulação e Clareza: O baixo tônus muscular pode afetar os músculos responsáveis pela articulação dos sons. Isso pode resultar em uma fala mais arrastada ou indistinta, dificultando a compreensão.
Controle Respiratório: A respiração é fundamental para a produção da fala. A hipotonia pode impactar a musculatura do tronco e do diafragma, levando a um controle inadequado da respiração, o que, por sua vez, pode afetar a fluência da fala.

Motricidade Orofacial: A mobilidade dos órgãos fonoarticulatórios é crucial para articular palavras. Com a hipotonia, esses músculos podem não funcionar de forma coordenada, resultando em dificuldades na produção de sons.

Velocidade e Ritmo: Muitas vezes, indivíduos com hipotonia falam mais lentamente. Isso pode ser tanto uma estratégia compensatória quanto uma consequência direta da dificuldade motora.

A terapia fonoaudiológica é essencial. Fonoaudiólogos podem trabalhar em exercícios específicos para fortalecer os músculos orofaciais e melhorar a articulação. A hipotonia pode representar um desafio significativo na fala, mas com intervenções adequadas e apoio profissional, muitos indivíduos conseguem melhorar suas habilidades comunicativas. É essencial que pais, educadores e profissionais de saúde trabalhem juntos para oferecer as melhores oportunidades para o desenvolvimento da fala. A comunicação é uma habilidade vital, e cada pequeno progresso deve ser celebrado!

Vitoria Santana
Fonoaudióloga
Especialista em Linguagem e Neuropsicologia pelo CFFA
Especializada em Análise do Comportamento Aplicada – ABA e Neurociência e Aprendizagem.
Mestra em Ciências Médicas
51 995140260

Referências:
MATOS, Izabella Lima de et al. Relato de caso: fonoterapia intensiva em criança com síndrome velocardiofacial. Anais: resumos simples, 2016.
SOUZA, Luana Porto Pereira; OLIVEIRA, Marian; PACHECO, Vera. Processos fonológicos na produção oral de indivíduos com síndrome de down: uma análise descritiva. Colóquio do Museu Pedagógico-ISSN 2175-5493, v. 12, n. 1, p. 1404-1409, 2017.
DE CASTRO, Isadora Almeida et al. Projeto de extensão de abordagem multidisciplinar da hipotonia orofacial e protrusão lingual de bebês com trissomia do cromossomo 21. Revista de Odontologia da UNESP, v. 51, n. Especial, p. 0-0, 2023.